Proposta de Mestrado 2018

Olá pessoal,

Esta foi a proposta de mestrado para 2018

Segue o pré-projeto 



1. TÍTULO

 

Utilização Pedagógica do Uso de História no ensino de Matemática na Educação Básica com foco no Ensino Fundamental II

 2. LINHA DE PESQUISA

 

Ensino de Ciências Naturais e Matemática: Matemática, Física, Ciências Biológicas, Química.

 

 

3. ÁREA DE ENSINO NA EDUCAÇÃO BÁSICA

 

História da Educação Matemática

 

 

4. INDICAÇÃO DO PROFESSOR ORIENTADOR VINCULADO AO PPGEEB–CEUNES/UFES

 

Moysés Gonçalves Siqueira Filho

 


5. INTRODUÇÃO

 

5.1. JUSTIFICATIVA

 

A justificativa da pesquisa se dá pela inquietação dos pesquisadores em Educação Matemática na busca de propostas didáticas que possam ser contextualizadas eficientemente. A pesquisa será baseada nos autores Pais, Mendes, Ponte et all, Piaget e Vygotsky.

Piaget e Vygotsky versam sobre o construtivismo e o construcionismo, respectivamente, as teorias que serão a base das experimentações propostas.

Pais escreve o livro Didática da Matemática: Uma análise da influência francesa, em 2001 relatando em português a tendência em Educação Matemática conhecida como “Didática Francesa” que vem sendo muito discutida em encontros e congressos. Aborda vários conceitos que serão importantes na investigação de História em Matemática de acordo com o que está sendo proposto neste anteprojeto. A transposição didática relatada por ele será um conceito muito explorado na pesquisa, pois reflete sobre as influências e obstáculos epistemológicos por qual o professor precisa estar refletindo ao se propor novos conteúdos em sua prática cotidiana.

Ponte ett all e Mendes apresentam eficientemente estratégias para o processo de investigação em Educação Matemática que constitui uma valiosa maneira de construir o conhecimento do educando baseando-se em técnicas de pesquisa que tornam os educandos mais ativos e autônomos na busca pela sua própria aprendizagem.

Ao inserirmos a História da Matemática nas abordagens dos planos de aula do professor, a aprendizagem do aluno se constrói de forma significativa, com base na investigação e na experimentação, onde o aluno pode estar correlacionando o conteúdo assimilado aos fatos vivenciados na sala de aula.

O ensino de Matemática investigativa em História busca “[...] desenvolver nos estudantes um espírito explorador, indagador e ao mesmo tempo de análise e sínteses, pois é dessa maneira que eles alcançarão um crescimento intelectual mais significativo.” (MENDES, 2009, p. 98)

 

5.2. PROBLEMA DA PESQUISA

 

O problema a ser pesquisado por este anteprojeto de pesquisa se baseia na dúvida a seguir: O ensino de conteúdos matemáticos no Ensino Fundamental II pode ser mais instigante e desafiador sendo contextualizado a partir da História da Matemática?

 

5.3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

 

Há grande preocupação nas correntes pedagógicas construtivistas interacionistas atuais em estar contextualizando a disciplina de Matemática com situações reais em sala de aula, o que é tema de várias propostas de capacitação e formações continuada de professores. O tema tem sido muito discutido em encontros e seminários da área de educação. De acordo com Vygotsky (p.55, 56, 1991), a aquisição do aprendizado é mais do que a conquista da capacidade de pensar. Segundo este autor, o homem precisa aprender a raciocinar sobre diferentes situações para desenvolver várias habilidades.

Ministrar Matemática pura na Educação Básica sem fazer a correlação com o dia-a-dia do aluno é uma tarefa que exige reconsideração. É vista por muitos como uma matéria sem sentido e de difícil entendimento. Ao fazer a abordagem dos conteúdos de forma fragmentada e descontextualizada, o professor corre um sério risco de não ser compreendido pelos seus educandos, pois é necessário que os alunos tenham a capacidade de fazer abstrações, algo que não é tão fácil de se adquirir.

 Este pré-projeto sugere o ensino de Matemática aliado a História. Sem indícios reais concretos, ela fica fragmentada e desestimula a aprendizagem do estudante que sente dificuldades em abstrair. Os discentes, quando incentivados a atitudes investigativas em sala de aula passam a “[...] questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los, utilizando para isso o pensamento lógico, a criatividade, a intuição, a capacidade de análise crítica, selecionando procedimentos e verificando sua adequação.” (BRASIL, 1998). Quando há o uso de investigações em história da matemática, o estudante passa a desenvolver várias capacidades que não são estimuladas com aulas tradicionais.

Segundo DYNNIKOV & SAD (2007, p. 8-9) o uso de fontes originais se constitui necessária para conhecer a formação do pensar, pois evita resíduos de tradutores, intérpretes e comentários que podem dar uma interpretação divergente da visão principal do autor.

Piaget, de acordo com a teoria construtivista, nos informa que a criança passa por três estágios de desenvolvimento mental: interação, assimilação e acomodação. Uma proposta didática centrada na interação do aluno com a investigação de História da Matemática promove a participação dos alunos de forma mais efetiva e autônoma no processo de aquisição do conhecimento, fazendo o aluno assimilar efetivamente o que aprendeu e a despertar nele o espírito científico de indagação e observação dos fatos. “A utilização dessas atividades históricas no ensino da matemática pressupõe que a participação efetiva do aluno na construção de seu conhecimento em sala de aula constitui-se em um aspecto preponderante nesse procedimento de ensino e aprendizagem.” MENDES, 2009, p. 93.

 

“Segundo Piaget, a escola deveria começar ensinando a criança a observar. A verdadeira causa dos fracassos da educação formal, diz, decorre essencialmente do fato de se principiar pela linguagem (acompanhada de desenhos, ações fictícias ou narradas) ao invés de fazer pela ação real e material.” MIZUKAMI p. 72-73

 

O fracasso da matemática pode ser explicado pelo início de sua abordagem. Iniciar novos conteúdos didáticos por meio de investigações históricas proporciona significado ao conhecimento adquirido pelo estudante e, então, a situação pedagógica passa a ter significado para sua vida cotidiana, compreendendo como os conceitos foram se construindo nas outras épocas e culturas.

De acordo com MENDES, com base na experimentação histórica, o aluno pode vivenciar situações e épocas anteriores a sua realidade, contribuindo para a reflexão do aluno sobre as leis que são usadas hoje. (2009, p. 91).

O professor tem papel fundamental na busca por uma escola que promova uma educação democrática e de qualidade, que dê ao aluno uma aprendizagem efetiva, não mera repetição e memorização dos fatos. Segundo PAIS, (2011 p. 67): “[...] a elaboração do significado do saber escolar leva à reflexão sobre a criação e as formas de apresentação do conteúdo”. O ensino de Matemática tradicional se baseia fundamentalmente em tarefas repetitivas e em atividades que exijam pouco ou nada de raciocínio, estando o aluno sujeito a uma mera reprodução das fórmulas aprendidas.

O docente é o responsável por selecionar a metodologia mais apropriada para a aplicação de suas aulas, por isso seu papel fundamental em uma educação de qualidade. PAIS (2011, p. 65) acrescenta que: “Uma situação didática é formada pelas múltiplas relações pedagógicas estabelecidas entre o professor, os alunos e o saber, com a finalidade de desenvolver atividades voltadas para o ensino e para a aprendizagem de um conteúdo específico.”.

Na proposta sugerida por este anteprojeto, serão analisadas situações didáticas que envolvam a investigação matemática onde o professor instiga a investigação matemática e o aluno busca possíveis soluções de forma aberta. “Sem esse vínculo palpável com uma realidade, fica impossível alcançar as transformações formativas do saber científico.” (PAIS, 2011 p. 66). Piaget apud Mizukami aponta a educação em dois componentes que não podem ser separados: o componente moral e o componente intelectual. Esses componentes são essenciais para a evolução progressiva das etapas de desenvolvimento da criança, pois ela deve ter autonomia e liberdade para aprender. A educação liberta o aluno para a formação de sujeitos ativos e autônomos na construção do seu próprio conhecimento. A criança desenvolve seu raciocínio com iniciativa para aprender de forma espontânea, sendo desvinculado à submissão única dos adultos.

“[...] não se pode formar personalidades autônomas no domínio moral se por outro lado o indivíduo é submetido a um constrangimento intelectual de tal ordem que tenha de se limitar a aprender por imposição sem descobrir por si mesmo a verdade: se é passivo intelectualmente, não conseguiria ser livre moralmente. Reciprocamente, porém, se a sua moral consiste exclusivamente em uma submissão à autoridade adulta, e se os únicos relacionamentos sociais que constituem a vida da classe são os que ligam cada aluno individualmente a um mestre que detém todos os poderes, ele também não conseguiria ser ativo intelectualmente.” PIAGET, 1973, p. 69 apud MIZUKAMI, 1986, p. 70.

 

 

 

6. OBJETIVOS

 

6.1. GERAL

Observar e refletir sobre a importância de se estudar Matemática de forma investigativa, utilizando sua História como foco principal em escolas públicas no município de São Mateus-ES.

 

6.2. ESPECÍFICOS:

  • Discutir a importância de ensinar Matemática usando investigações em História da Matemática;
  • Registrar uma sequência didática de aulas que envolvam o tema central deste trabalho em atividades de investigações numéricas, geométricas e em estatística com procedimentos históricos focados do século XIX;
  • Aplicar a sequência didática em cinco escolas públicas na Educação Básica, no nível fundamental II, (que compreende do sexto ao nono ano);
  • Observar o e registrar o comportamento dos estudantes nas aulas.

 

7. METODOLOGIA

 

A metodologia se iniciará por pesquisa bibliográfica em livros, revistas, sites e repositórios acadêmicos e fontes originais sobre a importância da utilização de atividades históricas no ensino escolar de Matemática.

Paralelamente à pesquisa bibliográfica serão realizados planejamentos de aula que envolvam  atividades que utilizam investigações em História da Matemática em seus planos de aula e será elaborada uma sequencia didática que envolva o tema proposto.

Após, será feita a pesquisa de campo no município de São Mateus-ES em cinco escolas públicas distintas. A pesquisa será classificada como pesquisa-ação, pois haverá a participação das atividades propostas, com relatos e observações.

 

A pesquisa-ação, segundo a definição de Thiollent (1985, p. 14): "... é um tipo de pesquisa social com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação com uma ação ou com a resolução de um problema coletivo e no qual os pesquisadores e os participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos do modo cooperativo ou participativo." (GIL, 2008. p. 30)

 

Os sujeitos envolvidos na pesquisa são cinco Escolas Públicas de Ensino Fundamental II situadas no município de São Mateus-ES e as turmas observadas estão situadas do sexto ao nono ano. Será registrado e relatado o comportamento dos alunos. As situações didáticas serão medidas qualitativamente, onde serão apontadas as evidências encontradas.

 

8. REFERÊNCIAS

 

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática/ Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. 148 p. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro03.pdf. Acesso em 24/01/2013

 

DYNNIKOV, Circe M. Silva da Silva & SAD, Lígia Arantes. Uma abordagem Pedagógica do uso de fontes originais em História da Matemática.- Guarapuava: SBHMat: São Paulo: 2007

 

Gil, Antonio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. - 6. ed. - São Paulo: Atlas, 2008.

 

MENDES, Iran Abreu. Matemática e Investigação em Sala de Aula: Tecendo redes cognitivas na aprendizagem. ed. rev. e aum. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2009.

 

MIZUKAMI, Maria G. N. Ensino, as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

 

PAIS, Luiz Carlos. Didática da Matemática: Uma análise da influência francesa. 3. ed. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.

 

PONTE, João Pedro da; & BROCARDO, Joana; & OLIVEIRA, Helia. Investigações Matemáticas na Sala de Aula. 3. ed. ver. ampl. – Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013.

 

9. CRONOGRAMA

 

9.1. ATIVIDADES

Lista de atividades

1- Pesquisa bibliográfica

2- Pesquisa de campo

3- Análise dos dados

4- Considerações finais

 

9.2. CRONOGRAMA

2017

Atividade

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

1

X

X

X

X

X

X

X

X

X

2

 

 

 

 

X

X

X

X

 

3

 

 

 

 

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2018

Atividade

jan

fev

mar

abr

mai

jun

jul

ago

set

out

nov

dez

1

X

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

2

 

X

X

X

 

 

 

 

 

 

 

 

3

 

 

 

X

X

X

X

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

X

X

X

X

X

X

X

X

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Baixar Slide Piaget X Vygootsky

Para baixar slide grátis copie e cole em seu navegador: https://docs.google.com/presentation/d/1UUpNMNaEC70ttGDalZKJbNzYRTh9sjuE/edit?usp=dr...