Pontos importantes na criação de um projeto

Pontos importantes na criação de um projeto:

Identificar características do lugar onde os estudantes vivem
Partir de uma situação cognitivamente desafiadora e complexa
Saber o que facilita e o que dificulta o próprio percurso de aprendizagem
Fazer autoavaliação
Considerar a aprendizagem de uma série de competências e de habilidades
Desenvolver autonomia acadêmica




Trabalhar com Projetos, de Hernandez

Projetos de trabalho
Trecho do livro Transgressão e mudança na educação – Os projetos de trabalho

Trabalhar com projetos é criar condições para que os alunos façam interpretações, essência do aprendizado escolar. As partes assinaladas foram as que consideramos as mais importantes no texto.


Interpretar vem a ser compreender e manifestar explicitamente essa compreensão. Sempre estamos interpretando, mas nem toda atividade vital nem intelectual é interpretativa. Só se interpreta quando se entende o produto como portador de um conteúdo (ou intenção), ou seja, como objeto gerado por alguém em determinadas circunstâncias, com a intenção de manifestar algo. Para que se interprete, aquele que interpreta deve sentir-se interpelado, ou seja, interessado ou envolvido no sentido do produto. Expressar o sentido de uma coisa supõe poder apreciar nela uma intenção a respeito de um valor e descrever sua gênese em virtude do valor a que se entende dirigida de maneira intencional.

A interpretação se refere sempre a uma produção humana (artificial, gestual...). O ser humano se expressa modificando o meio ambiente por meio de artifícios. Esses artifícios, que são seu meio de expressão, constituem a cultura.

O ser humano se expressa configurando produtos que são organizações intencionais de elementos articulados em totalidades concretas. Os produtos culturais constituem representações ou expressões de experiências por intermédio de sistemas codificados de símbolos. Os sistemas de símbolos são o fundamento das culturas. Diante da produção (configuração expressiva, ou representação, ou organização simbólica), produz-se a interpretação. 

Interpretar é, portanto, decifrar. Significa decompor um objeto (a representação) em seu processo produtivo, descobrir sua coerência e outorgar aos elementos e às fases obtidas significados intencionais, sem perder nunca de vista a totalidade que se interpreta. 

A interpretação é um procedimento quase automático no diálogo. Isso faz com que dialogar signifique reconhecer a linguagem e os gestos do outro como um anúncio para estabelecer uma forma de relação. Mas esse processo não se produz de maneira automática. O que é ouvido e visto deve ser reconstituído do interior daquele que o recebe. Para poder integrá-lo, o receptor tem que retraduzir e reexpressar linguagem e gestos com suas próprias categorias mentais. Nesse esforço, o receptor hipotetiza a intenção e a ideia a que possa responder a expressão recebida. Essa hipótese interpretativa configura sua resposta, que não é mais do que a expressão representada do efeito que a comunicação do outro teve nele. 

 Toda interpretação é uma representação, mediante símbolos, de uma concepção de algo. Cada nova contribuição cultural implica uma nova concepção e uma resposta a alguma ou a todas as representações anteriores. Isso nos leva a considerar que, por exemplo, um artista e um cientista, partem de uma experiência própria vinculada à reconstrução de alguma teoria alheia, a sua análise, da qual surge uma versão que é uma reelaboração entre uma experiência alheia e a versão personalizada da mesma.

Também é necessário reconhecer que existem graus de interpretação. Depende da familiaridade, da competência, do conhecimento que o intérprete tenha da situação.

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